RELATOS PÓS-LIVE: XICO SÁ

 XICO SÁ: VIVER DE ESCREVE NO BRASIL!
LIVRO: CÃO MIJANDO NO CAOS (CRÔNICAS)
SÉRIE DE CONTEÚDO: RELATOS PÓS-LIVE

FONTE DA IMAGEM: PINTEREST


 
Com esta postagem iniciamos uma nova série de conteúdo em nosso blog Resenhas do Cláudio. Sobre a ideia e a proposta da série leia a postagem
 
O jornalista e escritor Xico Sá foi entrevistado no dia 02.12.2024 pelo blog André Barcisnski para falar do seu novo livro Cão Mijando no Caos, pela e-galáxia. Mas o bate papo descontraído, como são os encontros com Xico Sá foi bem descontraído, falando do seu projeto de escrever sobre como descobriu o PC Farias em Bangkok, de publicação independente, de como os jornais investiam em reportagem de campo e isto mudou com a velocidade das redes sociais.
 
Francisco Reginaldo de Sá Menezes, mais conhecido como Xico Sá, nasceu em 6 de outubro de 1962, na cidade de Crato, no Ceará. Jornalista, escritor e cronista, Xico se destacou por seu estilo irreverente e bem-humorado, abordando temas como comportamento, futebol, política e relações amorosas.
Com uma trajetória marcante no jornalismo, passou por veículos renomados como Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e Jornal do Brasil. Também integrou programas televisivos, como o Cartão Verde, da TV Cultura, e Amor e Sexo, da TV Globo.
 
Na literatura, Xico Sá é autor de diversos livros, entre eles Modos de Macho & Modinhas de Fêmea, Chabadabadá – Aventuras e Desventuras do Macho Perdido e da Fêmea que se Acha e O Livro das Mulheres Extraordinárias, sempre com um tom descontraído e afiado. Seu trabalho é marcado pela crítica social e pelo resgate da crônica como um gênero popular e acessível. Além disso, Xico Sá se consolidou como uma voz ativa na cena cultural brasileira, mesclando jornalismo e literatura de forma única.
 
Cão mijando no caos é uma coletânea de crônicas produzidas na época do Governo Bolsonaro, e completou com algumas escritas exclusivamente para o livro ao sentir falta que algum fato ou período do mandato de Jair Bolsonaro não estava bem representado.
 
Segundo chico, a crônica perdeu o lirismo de tempos idos. Agora virou uma coisa mais punk, mais no sentido político e com necessidade de lacração. O cronista foi cobrado para não ficar fora do cotidiano. Ele agora teve que descer para o pátio, para a porrada. Também o jornal impresso perdeu seu glamour de ser lido e degustado, papel de jornal agora serve para embrulhar peixe.
O imediatismo enfraqueceu a ideia de reportagem. Acabou a mídia plural. O jornalismo hoje é feito para o nicho. Citou o veículo em que escreve atualmente. A edição do portal de noticia está se pautando pelo número de cliques. Há necessidade do clique imediato.
 
O título do livro é tirado do poema Oficina Irritada, de Carlos Drummond de Andrade, que Xico Sá leu para fazer concurso para trabalhar de bancário. E segundo Xico, retrata bem o período do Governo Bolsonaro.
 
Xico Sá também tem encanto pela crônica esportiva, especialmente sobre futebol. Ele diz que é por causa de Nelson Rodrigues. Sobre seu processo de escrita ele diz que escrevia à noite, mas atualmente prefere escrever pela manhã, cinco a seis da manhã, lembrando que atualmente Xico Sá tem uma filha do seu atual relacionamento.
 
Ainda sobre futebol, ele entende que o futebol é pouco representado no cinema. Mas aposta no esporte como mercado editorial. Citou que em São Paulo há uma livraria exclusiva sobre o esporte bretão. Lembrou também de jogadores com nomes interessantes. Sua crônica sobre o Flávio Caça-rato foi publicado no The Guardian, projetando a história de luta pela sobrevivência do jogador que teve relevância quando atuava pelo Santa Cruz de Recife.
 
O bate-papo também abordou sua relação com o movimento musical Mangue Beat. Ele hospedou em sua casa o pessoal de Recife, como Chico Science e Fred 0.4. Mas não tinha noção de que o movimento alcançaria a abrangência que teve e continua tendo.
 
Na opinião do escritor é melhor você publicar hoje de forma independente. Pega alguns exemplares e coloca na mochila. Isto paga o almoço dele em algumas viagens, que ficar um percentual para a editora. Mas ele já foi pistoleiro de aluguel, ou seja, escreveu a partir de uma encomenda da editora. Cita a obra A Divina Comédia da Fama como exemplo de livro escrito para a editora Objetiva, publicado em 2004.

 
NOTA: A entrevista com Xico Sá estava marcada para o dia 14 de outubro, mas foi adiada por causa do debate do segundo turno em São Paulo. Na data que foi realizada, por compromisso com meu ganha-pão não pude estar presente.

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