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Mostrando postagens de 2024

ENTREVISTA: JOÃO CARLOS ROSA (LITERATURA)

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 * ENTREVISTA TRANSCRITA DO BLOG MUTUM CULTURAL JOÃO CARLOS ROSA:  O FLORESCER DO POETA SÉRIE: TEMPOS DE OURO DA LITERATURA MUTUENSE – I   “Há no poetizar deste autor a singeleza da fé nascida dos percalços e da contemplação do viver” Trecho do prefácio do livro Uma vida de poemas,  por Cláudio Antonio Mendes.   João Carlos Rosa nasceu em 23 de junho de 1960, casado, pai de cinco filhos, morador da comunidade Barra Longa desde nove anos de idade. Nasceu em Cabeceira de Laginha de Mutum, registrado em Centenário. É presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mutum. Teve seu primeiro livro publicado pela Lei Federal nº 14.017/2020, denominada Lei Aldir Blanc, Uma vida de poemas.   A lida poética de João Carlos Rosa vem da adolescência. Seus poemas não estão presos a um tema específico. O cotidiano no meio rural, a militância pastoral e social e os sentimentos de afetos e amor se misturam e pautam o seu lazer/labor na escrita criativa.   Em entrev...

SETE FACES DOS POEMAS de CLÁUDIO MANOEL DA COSTA em SONETOS

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INQUIETAÇÕES, INCONFIDÊNCIA E ITABIRISMO FONTE DA IMAGEM: AMAZON   Qualquer amante da literatura, sobretudo dos versos, não tão douto no assunto, teria dificuldade de entender alguma relação entre Cláudio Manoel da Costa e Carlos Drummond de Andrade, para além da mineiridade entre eles.   No entanto, o artigo de Tânia de Assis Silva Capla, Inquietações em Cláudio Manuel da Costa e Carlos Drummond de Andrade: Presságios decoloniais nas poéticas árcade e moderna? publicado em Travessias Interativas, nº 28, volume 13, 2023. Para a pesquisadora do Arcadismo e do Modernismo vê na obra dos dois poetas mineiros algo em comum: a leitura de ambas as poéticas sugere sentimentos de inquietude, o que nos remete ao caráter questionador característico da concepção do pensamento decolonial.   “Passados quase dois séculos desde que Cláudio se engaja em funções acadêmico-políticas e torna-se o poeta inconfidente, motivado pelo inconformismo diante da rusticidade da pátria colonizada, ...

À SOMBRA DE UM CEDRO EU SENTEI E LI: A SEGUNDA MORTE DE SUELLEN ROCHA de CLÁUDIA LEMES

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 FLORES, FALCATRUAS E FANATISMO   SÉRIE: À SOMBRA DE UM CEDRO EU SENTEI E LI OBRA: A SEGUNDA MORTE DE SUELLEN ROCHA AUTORA: CLÁUDIA LEMES EDITORA: AVEC ANO 2020 E-BOOK ADQUIRIDO NA AMAZON. TULIPAS FONTE: GLOBO RURAL A Segunda Morte de Suellen Rocha é o quarto livro de Cláudia Lemes que degusto com sangue nos olhos. Mas é um primeiro que resenho. Antes eu lia, mas não me atrevia escrever sobre o que senti ao ler. Lemes é uma excelente escritora de thriller nacional. Depois de Um Martini Com O Diabo, Eu Vejo Kate I e Eu Vejo Kate II, A Segunda Morte de Suellen Rocha não desperta inicialmente muito frisson. Mas com o tempo tudo vai fazendo sentido e as peças vão se encaixando. AMARILIS FONTE: BLOG DA COBASI A sensação primaveril inicial é florescida com as tatuagens que as quatro jovens, Mariana, Dafne, Suellen e Cacau (Maria Cláudia) fazem em um estúdio de tattoo na cidade vizinha a Jeperi, Mamarapá. Ambas, pequenas urbes fictícias no interior paulista. A partir da mor...

À SOMBRA DE UM CEDRO EU SENTEI E LI: TORTO ARADO de ITAMAR VIEIRA JUNIOR

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ENCANTADOS, CAVALOS E DESENCANTOS FONTE DA IMAGEM: https://www.deviante.com.br/ SÉRIE: À SOMBRA DE UM CEDRO EU SENTEI E LI LIVRO: TORTO ARADO AUTOR: ITAMAR VIEIRA ASSUNÇAO EDITORA: TODAVIA 1ª Edição (2019)   Torto Arado de Itamar Vieira Junior trafega entre o épico e o lírico, em um romance tecido de luta, resistência que nos conduz para a nossa história esquecida dos livros didáticos oficiais. Em certas situações o romance me lembrou O Cortiço. Seria Torto Arado um cortiço rural. Em certo aspecto, sim. O realismo fantástico de Itamar Vieira Junior não serve de escape do naturalismo de Aloísio Azevedo. O realismo fantástico resgata a religião do Jarê, um puro suco, só para usar um termo atual, de sincretismo religioso que une matizes africanas, indígenas com o cristianismo trago da Europa. Em Água Negra, a religião serve de resistência aos desmandos em uma situação que beira ao servilismo. A parte final do livro, aparece o crescente evangelismo trago pela senhora da fazenda, e...

P.E.N.T.E: CASA TOMADA de JULIO CORTÁZAR

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 NAÇÃO, CASA E CORPO FONTE DA IMAGEM: https://lecturia.org/ Série: P.E.N.T.E CONTO: CASA TOMADA AUTOR: JULIO CORTÁZAR OBRA: OS MELHORES CONTOS ESTRANGEIROS (E-BOOK) EDITORA: LEBOOKS (UOL LEIA+) Casa Tomada foi o primeiro conto publicado por Julio Cortázar em 1946, na revista literária Anales de Buenos Aires dirigida por Jorge Luís Borges. Foi incluída na primeira coletânea de contos em livro, “Bestiario”, em 1951.   P DE PERSONAGEM Entramos na casa dos quarenta anos com a inexpressada idéia de que o nosso simples e silencioso casamento de irmãos era uma necessária clausura da genealogia assentada por nossos bisavós na nossa casa . São dois irmãos entrando na terceira idade que não se casaram por motivos diversos, como a morte da noiva do narrador. Não precisavam de dinheiro, vinham dos campos e ocupavam-se com o que dava prazer a cada um. Ela tecia tricô e ele gostava de literatura francesa. Mas a medida que perdia espaço na casa, precisavam de menos tempo nas ati...

CONTO 004 DE 666: ELEGIA de LUIS F. HAIML (NECRÓPOLE)

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  SÉRIE: 666 CONTOS EM ANTOLOGIAS TREVOSAS CONTO: ELEGIA AUTOR: LUIZ F. HAIML ANTOLOGIA: NECRÓPOLE ORGANIZAÇÃO: JAMES GALLAGHER JUNIOR EDITORA: CARNAGE   FONTE: https://hojepr.com/um-taxi-para-o-cemiterio/   CANSAÇO, VAZIO E DESTINO   O conto é conciso. Revela a ação única do personagem principal. Apesar de ser um enredo factível, a narrativa se prima pela cronologia bem delineada pelo autor.    O tempo é contido em quatro dias. Mas a vida dela, a personagem principal, se passa em três. O quarto é o desfecho da história.   Outro fator relevante na narrativa de Luiz F. Haiml é a entrega na hora certa dos motivos pelas quais a personagem vive aqueles dias de tormento e mistério. Por exemplo, no primeiro dia ele revela a protagonista cansada. Mas não diz o porquê do cansaço. Ela toma ansiolítico para dormir e acha que não conseguirá. Acorda já quase na hora do almoço. No primeiro dia foi de briga entre o corpo e a agonia.   No segundo dia ...