INQUIETAÇÕES, INCONFIDÊNCIA E ITABIRISMO
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FACE I: VAI GLAUCESTE SATÚRNIO, CARREGAR SEU FADO SORTUNO
Glauceste Satúrnio, digo, Cláudio Manoel da Costa fala do infortúnio da vida em dizer sobre o tirano fado ingrato, como ingrato um anjo torto dizer que o eu-lírico será gauche na vida (Soneto 30).FACE II: O CÉU NÃO É MAIS AZUL
A relação natureza e desejos que se faz presente no poema de Drummond a ponto de mudar a cor do céu, em Cláudio Manuel da Costa, há ventos que geme pela busca do amor (Soneto 12) e questiona como achar uma alma que suspira por Nise (Soneto 13), como os homens que correm atrás de mulheres, sendo espiados pelas casas. E será que Nise não vê a sombra funesta que vem cobrindo o céu? (Soneto 26). É nosso desejo que impede o azul do céu.FACE III: A RUA E A SERRA
Enquanto Drummond observa a multidão na cidade, o pastor árcade chama atenção dos demais para ver como anda as serras, e basta ver a tristeza em seu rosto (Soneto 03). Tudo está mudado com o progresso chegando (Poema 05). O coração de Drummond ressoa a voz do pastor diante do início da degradação do mundo pastoril que eu lugar para a mineração em uma Vila Rica que empobrecia cada vez mais a alma pura.FACE IV: FIRMEZA E SERIEDADE
O homem sério, simples e forte como atributos do eu-poético drummondiano são atributos também do poeta-pastor árcade que se diz firme (Poema 09) diante da tirania da amada. Mas a raridade de amizade, traduzida na pobreza do árcade que o faz infeliz e vexado. A firmeza e seriedade dos eus-lírico não afasta de ambos o cálice da amargura. Resta dizer para o mundo, ou para a pastora amada, que apesar de tudo, é ele mais humano, extremoso e verdadeiro (Poema 67).FACE V: A FÉ E A DOR
A dor que figura na fé oculta (Poema 36) é a fé do homem mineiro que questiona/roga por proteção divina. Quem sabe assim poderia a criatura se sentindo fraca, possa cantar um dia alegre o vencimento (Poema 41). Na fraqueza tudo passa a ser visto como torpe hipocrisia, não há mais fé, não há lealdade (Poema 77). Até mesmo a lealdade divina é questionada. O homem se vê sujeito de toda vil desgraça (Poema 78). Assim como em Drummond, temos em versos dos poemas citados de Cláudio Manuel da Costa o ápice da desilusão com o mundo.FACE VI: PARA UMA LIRA
O rio de sua terra eternizado no poetizar de Glauceste Satúrnio (Poema 02) não o salvará da colonização, diria Drummond para Costa. Mas se o poeta despertar da louca fantasia, se descobrirá enfermo e mendigo (Poema 24), pois rima não é solução.FACE VII: A SUAVIDADE DE UM SONO
O poeta, mesmo vivendo de penúria (Poema 05), não
deixa de poetizar com uma alma que está acostumada com as vozes da agonia
(Poema 17).
Na noite o conhaque e a lua é que impulsiona a poética como
um sono suavíssimo (Soneto 16).
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