CONTO 004 DE 666: ENCONTRO NO CEMITÉRIO de NATÁLIA LUMA

 

DATAS, DESEJO E DESCONHECIMENTO

SÉRIE: 666 CONTOS EM ANTOLOGIAS TREVOSAS

CONTO: ENCONTRO NO CEMITÉRIO

AUTOR: NATÁLIA LUMA

ANTOLOGIA: NECRÓPOLE

ORGANIZAÇÃO: JAMES GALLAGHER JUNIOR

EDITORA: CARNAGE

 

 


A autora começa seu conto ambientando-o em tempo e espaço para lá de simbólico. No dia de finados, os túmulos do único cemitério da cidade..

Eurico é o personagem que parece comprometido com suas perdas ao deixar belas margaridas no túmulo de sua mãe. Ao avistar uma moça bonita, sabia que não era lugar para flertar, e nem fora do cemitério quando deparou com a beldade na parada de ônibus. Isto indica que se trata de um solteirão para se entregar a um desejo assim, com uma vida deficitária no campo dos sentimentos.

A partir daí o desejo pela moça começou a devorá-lo a ponto de ir novamente ao cemitério para ver por quem ela orava no dia de finados. No entanto a moça estava lá novamente. As duas alianças em seus dedos o fez deduzir que se tratava de uma viúva.

Cada vez mais devorado pelo desejo, ele decide voltar no dia seguinte, tudo para saber que cadáver era merecedor das lágrimas de tão bela mulher. Uma curiosidade anormal se estabelece aqui. E aproxima-se mais da moça que novamente estava lá. O desejo de possuí-la, assim fica subentendido, estava maior que seu presságio por ter tais sentimentos para com uma desconhecida logo em um cemitério. Aventurou-se numa maior aproximação para saciar sua curiosidade e percebeu as inscrições da lápide dizia a seu respeito. Seu nome, o dia do seu nascimento e a sua morte registrada naquela data.

Diante da constatação hedionda, ele não conseguiu fugir do beijo da morte dado pela beldade fantasmagórica. E o desejo que o devorava por dentro, levou-o a ser abocanhado pela morte.

O conto contém uma narrativa breve, e aí reside sua beleza, como abreviada foi a vida do personagem Eurico.

 

OS SENÕES DO CONTO

Se era o único cemitério da cidade, suponha que seja uma cidade pequena. Portanto a moça deveria ser de outra cidade. Pois o ponto de ônibus só poderia ser interurbano.

Segundo a autor, ele não sabia do boato, da lenda urbana por assim se dizer. Mas como mencionado no parágrafo anterior, como não saber de uma lenda urbana em uma cidade pequena? Ou seria Eurico também morador de outra cidade? E seu desejo era tanto a ponto de voltar apenas para ver de quem o túmulo no qual a mulher orava e voltar no dia seguinte, no dia fatal. O que justifica ele tê-la visto no ponto de ônibus.

 

OBRIGADO PELA LEITURA!


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